INTRODUÇÃO

O trabalho desenvolvido pela ENESENS na prestação de serviços à SERVGÁS, teve como finalidade propor um Plano de Monitoramento de Emissões Atmosférica (PMEA) conforme a decisão CETESB Nº 10-P, DE 12/01/2010 e implementação do LDAR (LEAK DETECTION AND REPAIR) baseado no método 21 da USEPA (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTENCION AGENCY).

O gás liquefeito de petróleo (GLP) é um dos produtos mais consumidos do pais. O seu destino tem várias finalidades e aplicações, tais como: energia, preparação de alimentos entre outras utilidades. Geralmente é transportado a granel a diversos destinos do pais.

Relacionado as características químicas do GLP, ele envasado sobre pressão e internamente, o gás se mantem em 85% forma líquida e 15% no estado gasoso. Sendo mais denso do que o ar, em grandes concentrações a tendência é a formação de bolsões de gás de forma a ocupar lugares menos elevados. Em sua composição leva-se uma mistura de hidrocarbonetos – como Buteno (C4H8), Propano (C3H8), Butano (C4H10) e Propeno (C3H6). Na sua totalidade, o GLP é uma mistura de gases sendo altamente inflamável a temperatura ambiente. Considerado um hidrocarboneto, é chamado de composto orgânico volátil (COV).

Apesar dos compostos orgânicos voláteis (COV) não serem poluentes regulamentados, sua emissão deve ser acompanhada, pois eles participam de reações fotoquímicas na atmosfera formando ozônio na faixa mais próxima do solo, onde respiramos. Importante ressaltar que o ozônio é indispensável na estratosfera (para nos proteger da luz ultravioleta), mas prejudicial na troposfera (camada mais próxima à superfície terrestre, é a região onde entramos em contato com o gás) podendo causar irritação ao trato respiratório humano e danos a vegetação e ecossistemas (EPA, 2017).

Figura 1: Aplicação do LDAR na SERVGÁS- Paulínia.

Fonte: ENESENS

 

METODOLOGIA DE TRABALHO

A ENESENS realizou o monitoramento em linhas de envase de GLP para botijões de 13KG (tipo P-13) composta por 30 balanças de forma circular (Figura 2).

Figura 2: Monitoramento vazamentos em sistemas de envase de Botijões P-13.

Fonte: ENESENS Os ciclos de envase dos botijões com GLP são:

  • Engate do bico;
  • Envase;
  • Desengate;

Figura 3: Sequência de funcionamento do bico de envase.

Fonte: Santana et al. (2017)

 

Temos que no processo de engate do bico ao botijão, o ciclo está sujeito a emissão de GLP para o ambiente durante a fase de acoplamento. No estágio de envase a emissão deve ser a mínima possível. Em processos do desengate ocorrem a maioria das fugas dos chamados COV (compostos orgânicos voláteis).

Em todas as fases do processo de produção e envase foram adotadas o LDAR (Leak Detection And Repair). O limite de corte adotado foi de 500 para os componentes avaliados do bico injetor, válvulas, flanges, drenos e conexões. Os três ciclos de envase do botijão foram monitorados de forma a avaliar cada conjunto do carrossel.

Para Santana et al. (2017) no momento do desengate é quando se tem as maiores perdas de GLP. Uma vez que, considerando a característica do bico com agulha semifixa exposta, tem-se por um momento escape de GLP tanto da linha pressurizada (válvula principal aberta) como da válvula do botijão.

Na maioria dos casos é necessária a troca dos bicos que apresentam recorrência de escapes de GLP. Um dos principais problemas nesse processo é a emissão do COVs e o custo da produção com a perda do GLP nos processos. Assim, um monitoramento em ciclos determinados alinhados a uma manutenção efetiva podem garantir um controle e ganhos operacionais.

 

BENEFÍCIOS AO CLIENTE

Com a implementação do LDAR pela ENESENS nos componentes de produção e no sistema de envase de GLP em botijões do tipo P-13, foi possível atender as normas vigentes da CETESB e diversos outros benefícios aos processos, tais como:

  • Identificação dos componentes monitorados;
  • Identificação de áreas classificadas;
  • Segurança ao processo e ao trabalhador;
  • Quantificação da emissão por setor produtivo;
  • Identificação dos bicos injetores com vazamentos acima da linha de corte de 500 ppm;
  • Ganhos operacionais e sustentabilidade com a redução de emissões de GLP para o ambiente;
  • Elaboração do plano de manutenção dos

REFERÊNCIAS

 

CETESB. Termo de Referência para a Elaboração do Plano de Monitoramento de Emissões Atmosféricas (PMEA): decisão cetesb nº 10-p, de 12/01/2010. DECISÃO CETESB Nº 10-P, de 12/01/2010. 2010. Disponível em: https://www.bmn.com.br/plan-leg/ma/est- sp/decis/cetesb10-10.pdf. Acesso em: 21 dez. 2020

SANTANA, Caroline Martins et al. Redução de emissão de GLP por meio da substituição dos bicos de enchimento do sistema de envase: prêmio glp de inovação e tecnologia. PRÊMIO GLP DE     INOVAÇÃO                     E                                   TECNOLOGIA.                                2017.                Disponível               em:

https://www.sindigas.org.br/Download/PREMIO_GLP/2017/MEIO_AMBIENTE/Reducao_de_e missao_de_GLP_por_meio_da_substituicao_dos_bicos_de_enchimento_do_sistema_de_enva se.pdf. Acesso em: 15 dez. 2020.

USEPA. METHOD 21 – DETERMINATION OF VOLATILE ORGANIC COMPOUND LEAKS. 2017.

Disponível em: https://www.epa.gov/sites/default/files/2017-08/documents/method_21.pdf. Acesso em: 15 dez. 2020.

USEPA. https://www.epa.gov/ozone-pollution. [Sessão sobre] “Ozone Basics”, Acesso em: 15 dez. 2020.